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Síndrome sensorial: entenda condição que afeta filho de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso

Síndrome sensorial: entenda condição que afeta filho de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso
Giovanna Ewbank, apresentadora do podcast “Quem Pode, Pod” revelou no episódio da última terça-feira que seu filho Bless, de 8 anos, foi diagnosticado com uma síndrome sensorial, que acomete seus sentidos básicos, como audição, olfato e tato. Ao lado de Fernanda Paes Leme, a apresentadora contou ao entrevistado Manoel Soares que se sentiu culpada por repreendê-lo quando ele se queixava de algumas coisas, como do cheiro de cebola na cozinha ou de pisar na grama.

“Diversas vezes ele passava, por exemplo, pela cozinha, e falava: ‘Ai, que cheiro forte!’. E eu falava: ‘Bless, para com isso. É frescura, filho! É o cheiro da cebola’. Quando ele pisava na grama e falava: ‘Me tira daqui!’. E eu falava: ‘Filho, para de frescura, é só grama’. Queria muito colo, não gostava de ir para o meio do mato – onde a gente vai muito – porque o barulho das moscas incomodava ele”, contou a atriz. “Quando eu tive o diagnóstico, foi uma culpa absurda”, completou.

A atriz contou que, durante a pandemia, notou o filho “muito aéreo” e achou que ele poderia ter algum grau de autismo. Ela então procurou especialistas até que uma médica em São Paulo o diagnosticou com uma síndrome sensorial. “Ele ouve mais do que nós todos, ele sente mais tato que nós todos, sente mais cheiro que todos”, detalhou.

Além de Bless, Giovanna e o marido, Bruno Gagliasso, também são pais de Titi, de 9 anos e Zyan, de 2 anos.

Transtorno de processamento sensorial

O transtorno do processamento sensorial (TPS) é caracterizado por alterações nos aspectos sensoriais, como audição, tato, paladar, visão ou olfato, devido a uma dificuldade do cérebro em processar estímulos do ambiente. Ele aparece durante o desenvolvimento infantil, mas é mais comum ser diagnosticado quando a criança já está na escola.

O distúrbio pode afetar um sentido, como audição, tato ou paladar, ou vários. Como muitas doenças, os sintomas do transtorno do processamento sensorial existem em um espectro. As pessoas com a condição podem ser super ou sub-responsivas às coisas com os estímulos sensoriais.

De acordo com uma revisão científica feita pelas faculdades de Medicina e de Educação Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o transtorno atinge entre 5% e 16% da população em geral e pode ou não estar associada a alguma patologia já diagnosticada. Embora sua existência não relacionada a uma patologia já seja documentada, o TPS ainda não é considerado um distúrbio psiquiátrico.

Sintomas

Os principais sinais da hipersensibilidade são: Incômodo com sons comuns; Agitação e necessidade de estar sempre em movimento; Baixo limiar de dor; Parecer desajeitado; Cobrir os olhos ou ouvidos com frequência; Resistir a abraços ou toques repentinos; Dificuldade em controlar suas emoções; Dificuldade em focar a atenção; Problemas de comportamento; Dificuldade de processar e expressar sensações de frio, calor, fome, cansaço, etc; Seletividade ou dificuldade alimentar; Intolerância a roupas, tecidos ou texturas; Irritação ou impulsividade, além de frustrar-se facilmente; Sensibilidade à luz.

Por outro lado, também há crianças com sub-responsividade a estímulos. Nesse caso, os sinais incluem: Alto limiar de dor; Esbarrar em paredes; Tocar coisas o tempo todo; Colocar coisas na boca que não são de comer, como pedras; Dar “abraços de urso”; Bater em outras pessoas ou coisas; Não ter noção do espaço pessoal.

Diagnóstico e tratamento

A condição pode estar associada com diagnósticos específicos, como a síndrome de Down e o autismo, ou aparecer sozinha. O diagnóstico do transtorno de processamento sensorial em si exige testes específicos, conduzidos por profissionais especializados, e é mais comum ocorrer quando a criança está em idade pré-escolar ou escolar.

O tratamento mais indicado é a terapia ocupacional, que faz uso da abordagem de integração sensorial para ajudar a criança a organizar as sensações. A intervenção é de médio ou longo prazo, quando está associada a outros diagnósticos, e é fundamental para o desenvolvimento saudável da criança.