Convulsões e epilepsia são novos sintomas da covid longa, porém raros
Apesar de baixo — o risco calculado é de apenas 1% entre os previamente infectados —, o dado ainda é preocupante e precisa ser alertado aos profissionais de saúde, de acordo com os pesquisadores. Ainda há um número grande de infectados pelo vírus, que vem tendendo a subir com o surgimento de variantes mais infecciosas, como as cepas da ômicron.
Covid x influenza
A pesquisa utilizou dados de pacientes que tiveram, no passado, infecção pelo SARS-CoV-2, bem como o de diagnosticados com o vírus da influenza no mesmo período, para comparar seus estados de saúde. Pessoas do mesmo sexo, idade e condições médicas foram selecionadas, para evitar vieses: nenhum deles havia, também, sido diagnosticado com convulsões recorrentes ou epilepsia antes das infecções.
Divididos em 2 grupos de 150 mil pessoas cada, os pacientes foram então comparados: os infectados pela covid mostraram ter 55% mais chances de apresentar episódios de epilepsia ou convulsões nos 6 meses que se seguiram à infecção do que os pacientes acometidos pelo vírus da gripe.
Resultados e recomendações
Mais especificamente, a taxa de casos inéditos de epilepsia foi de 0,94% nos que tiveram covid e 0,60% nos infectados com influenza. Mesmo que sejam números baixos, os cientistas alertam aos médicos que seja dada especial atenção aos pacientes que apresentam sintomas mais sutis de convulsão, como as convulsões focais conscientes — principalmente nos 3 primeiros meses que se seguem a uma infecção com pouca gravidade.
Uma convulsão focal consciente ocorre quando só uma parte do cérebro é afetada, gerando sintomas como alterações no nível de consciência, normalmente associadas a condições psíquicas ou sensoriais — alguns exemplos são movimentos involuntários em partes do corpo, comprometimento do paladar, olfato, fala, audição, visão, delírios, vertigens e alucinações.