Com avanço da vacinação, covid deixou, neste ano, de ser a doença que mais mata no Brasil
Mas o aumento de óbitos por outras doenças acende o sinal amarelo. Entre janeiro e outubro deste ano foram registrados 1.241.779 de óbitos nos cartórios brasileiros. Uma das justificativas para a manutenção dos altos índices é que o país está passando pelos impactos posteriores ao coronavírus. Isso porque foi observado um aumento de mortes por doenças que são sequelas da covid.
Com um aumento de 0,85% entre janeiro e outubro de 2022, os números de casos de pneumonia passaram de 126.861 para 169.445 no mesmo período. Se comparado ao ano passado, o número fica 33,5% maior que o registrado naquele período.
Entre janeiro e outubro de 2022, a quantidade de mortes por covid teve queda de 97,5% em relação ao ano passado — foram 495.761 frente a 59.456 neste ano. Por outro lado, doenças, como: pneumonia, doenças do coração — AVC ou infarto —, septicemia — alta resposta do organismo que gera uma infecção generalizada no sangue, normalmente de bactérias — e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) tiveram crescimento diferenciado.
“Os números dos Cartórios de Registro Civil mostram mais uma vez, em tempo quase que real, o retrato fidedigno do que acontece com a população brasileira. Embora haja uma diminuição nos óbitos por covid, notamos crescimento de óbitos de outras doenças, como a pneumonia, doenças do coração e septicemia, que podem vir a ser consequências de sequelas da covid. A partir desses dados, é possível pensar em políticas de saúde pública e prevenção a essas doenças”, alertou Gustavo Renato Fiscarelli, presidente da Arpen-Brasil.
Enfraquecimento
O aumento de mortes por septicemia passou de 131.289 para 147.327 em um ano, o que significou um aumento de 12,2%. As duas doenças são consideradas sequelas do enfraquecimento do organismo causado pela covid-19. Entre janeiro e outubro deste ano, ainda, houve o crescimento de mortes por AVC, em 3,8%, e por infarto, em 2%. As enfermidades também estão relacionadas ao coronavírus.
Importante destacar que a SRAG, uma das principais causadoras de mortes a quem tratava a covid-19, continua em alta. Apesar do crescimento desproporcional da doença nos picos da pandemia (408%) e da queda vertiginosa que ocorreu, na comparação entre os 10 primeiros meses do ano passado, foram contabilizadas 6.596 mortes frente aos 1.298 registros feitos em 2019, no mesmo período.