Nova ação contra golpes do Pix para doações às vítimas das enchentes
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) realizou nessa quarta-feira (29) uma nova etapa da Operação SOS. O objetivo foi dar prosseguimento às investigações contra campanhas fraudulentas promovidas por grupos criminosos que induzem ao erro pessoas que desejam enviar donativos às vítimas das enchentes no Estado.
As fraudes envolvem a utilização de anúncios que impulsionam falsos pedidos de doações nas redes sociais, além do uso indevido de marcas e símbolos de órgãos do Executivo estadual. De acordo com o promotor de Justiça Diego Rosito de Vilas, responsável por esta nova etapa da apuração, também se investiga a utilização de laranjas e empresas de fachada para ocultar a origem e a movimentação dos valores ilicitamente angariados. Foram cumpridas ordens judiciais determinando o bloqueio de chaves Pix, contas bancárias e perfis em redes sociais.
Desde o início da Operação SOS, que conta com apoio do Núcleo de Inteligência do Ministério Público (NIMP), foram identificados 32 perfis relacionados a falsos pedidos de doações, bem como, dezenas de anúncios promovendo campanhas fraudulentas.
“São investigados os crimes de estelionato, uso indevido de símbolos identificadores da administração pública, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A investigação prossegue para responsabilizar criminalmente todos os envolvidos no desvio de dinheiro para doações às vítimas da enchente no Estado”, destaca o promotor.
Golpes mais comuns
Segundo a plataforma gratuita de denúncia de golpes SOS Golpe, que já atendeu mais de 25 mil vítimas, a tática utilizada pelos golpistas de falsas doações não é nova.
Os tipos de golpes identificados que se aproveitam do momento sensível do Rio Grande do Sul variam em método e podem ter o objetivo de prejudicar tanto quem quer ajudar quanto quem precisa de ajuda.
Os três principais esquemas são:
1) Pedido de doação de organizações reais, mas com chave Pix falsa: golpistas fingem ser organizações idôneas, criando chaves Pix muito parecidas com as oficiais.
2) Pedidos de “resgate” que exigem pagamentos para supostos auxílios emergenciais: oferecem falsas promessas de ajuda emergencial em troca de pagamentos de taxas, mas o resgate nunca chega.
3) Ligações falsas em nome da Caixa Econômica Federal: golpistas fingem ser representantes da instituição financeira, solicitando dados bancários e pessoais para a liberação de empréstimos, FGTS, entre outros recursos, exigindo uma taxa para a liberação.
Um golpe bem tecnológico chamou a atenção pelo uso de deep fake – técnica que cria vídeos e áudios falsos, substituindo a voz ou o rosto de uma pessoa de forma convincente. Esse foi o caso de anúncios nas redes sociais, com a imagem do empresário Luciano Hang vendendo eletrodomésticos a preços baixíssimos para ajudar na tragédia, que na verdade era o golpe da loja falsa.
Dicas de segurança
1) Verifique a chave Pix com cuidado: sempre confirme a chave antes de fazer uma transferência.
2) Desconfie de mensagens urgentes ou apelativas: mesmo ao ajudar uma pessoa com história triste, verifique a veracidade da história.