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Governo de Bolsonaro permite a presença de Nicolás Maduro na posse de Lula

Governo de Bolsonaro permite a presença de Nicolás Maduro na posse de Lula
Os Ministérios da Justiça e das Relações Exteriores revogaram a portaria que os dois órgãos assinaram em agosto de 2019 e que impediam a entrada do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no Brasil, barrando, portanto, sua presença na solenidade de posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que ocorre neste domingo, 1º de janeiro de 2023.

A equipe de Lula comunicou a integrantes do Itamaraty que “todos os países com os quais o Brasil mantém relações diplomáticas” deveriam ser convidados para a posse – o que inclui a Venezuela. O convite e a vinda de Maduro, no entanto, esbarravam nessa portaria do governo Bolsonaro.

A Portaria Interministerial nº 7, de 19 de agosto de 2019, assinada pelos então ministros da Justiça, Sérgio Moro, e das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, trouxe o regramento para impedir “ingresso no País de altos funcionários do regime venezuelano, que, por seus atos, contrariam princípios e objetivos da Constituição Federal, atentando contra a democracia, a dignidade da pessoa humana e a prevalência dos direitos humanos”. Maduro fazia parte da lista elaborada pelo Itamaraty com base nessa portaria.

A revogação do ato foi assinada ontem, 29, pelo ministro da Justiça e Segurança substituto, Antonio Ramirez Lorenzo, e o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, e está publicada no Diário Oficial da União (DOU) dessa sexta-feira (30).

O embaixador Fernando Igreja, responsável pelo cerimonial da posse presidencial, disse que ainda não há informação sobre vinda do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para os eventos do dia 1º de janeiro que marcarão o início do novo mandato do presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Há cerca de duas semanas, Lula enviou uma carta a Maduro dizendo que o Brasil restabelecerá relações com Caracas logo no início de seu governo. Até essa sexta-feira, último dia do mandato de Bolsonaro, a diplomacia brasileira reconhece o dirigente opositor Juan Guaidó como “presidente interino” da Venezuela.

Mas própria “Presidência interina” de Guaidó chegou ao fim. Nessa sexta, os principais partidos da oposição venezuelana decidiram revogá-la, dado que não alcançou seu objetivo de apressar a derrubada de Maduro. Guaidó nomeou a aliada María Teresa Belandria como embaixadora no Brasil. Ela já disse que deixaria o país antes da posse de Lula.