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Cristina Lacerda – Inclusão Escolar

Cristina Lacerda – Inclusão Escolar

Não tem cena mais bonita de se ver no final da manhã ou no cair da tarde quando as ruas são povoadas de crianças e jovens saindo das escolas em grupos, sozinhos ou acompanhados pelos seus responsáveis, arrastando suas mochilas ou cadernos embaixo do braço…
Essa visão deslumbra em mim o verdadeiro sentido da vida: o aprender através do contato, da interação, da mistura de raças, credo… A cena transborda entusiasmo e esperança…
Todavia, venho aqui falar de uma cena que deveria ser corriqueira ao iniciar as aulas e não existe… É o ver do vai e vem dos estudantes com alguma deficiência. Cenas com esses estudantes precisa ser ‘des’ coberta, vislumbrada, pois ainda é um lado obscuro, triste e negado para muitos. Esse obscurantismo traz em mim uma sensação de que o tempo encurtou e, por isso, preciso correr pelas pernas de quem não corre, preciso ser ouvida pelos ouvidos de quem não ouve, preciso enxergar pelos olhos de quem não enxerga, mas, o mais urgente de tudo isso é agir, defender , abrir caminhos e espaços por todos aqueles que são invisíveis diante um contexto social e escolar, por seus impedimentos de longo prazo de natureza física,mental, intelectual ou sensorial e que tem obstruída sua participação plena na sociedade.
Fala-se em Inclusão e vemos segregação. Fala-se em Inclusão e em empatia,mas deixa-se uma criança autista tomar chuva num pátio vazio, para não perturbar à aula…
Ainda negam-se matrículas…
Inadmissível comportamentos assim, e faz-se importante que todo gestor público educacional tenha conhecimento da Lei n° 12.764/12. A inclusão
não inclui só mais uma palavra. Inclusão é lei. É fato. É direito.
Todavia, o que de fato significa essa palavra pra mim e você que escolheu a maior profissão originária para o conhecimento???
Em 1997 começamos a trabalhar com a inclusão escolar, movida pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9394/96 – LDBEN. O Programa Aceleração da Aprendizagem – Projeto desenvolvido pelo Instituto Ayrton Senna tinha esse cunho.
Alguns anos mais tarde, desenvolvemos um Plano de Ação que contemplava um Setor ou mesmo uma criação de um Departamento de Inclusão Escolar na Secretaria de Educação, precisamente em 2004.
Em 2013 elaboramos um plano para a ampliação e forma de atendimento educacional especializado e foi criado o Centro de Atendimento Educacional Especializado de Eunápolis – CAEEDE – sancionado pela Lei n° 907/2013, conferida pelo artigo 57, inciso II da Lei Orgânica deste Municipio, transformando toda a estrutura que vigorava antes.
O CAEEDE não tem ” personalidade jurídica própria” e é mantido pela Prefeitura Municipal de Eunápolis. Tem suas diretrizes pautado em Leis federais e atende as normas educacionais da Secretaria Municipal de Educação. Possui consolidado seu Regimento Interno e seu Projeto Político Pedagógico. Atende 90 crianças e suas respectivas famílias da Zona Rural e da Zona Urbana. Os atendimentos terapêuticos perpassam pelas mãos e conhecimentos de 02 Terapeutas Ocupacionais, 01 Fonoaudióloga, 01 Psicóloga com carga horária de 20h, 02 Pedagogas, 02 Psicopedagogas fixas e 01 Psicopedagoga que atua internamente no Centro, como também, orienta 15 Salas de Recursos Multifuncionais, com professoras especializadas na área.
Tem como ” tutor” o Secretário Professor Gabriel Saulo, representando toda a administração pública, no que tange as questões estruturais, físicas e até mesmo intelectuais.
Salientamos ainda, que na região do Extremo Sul da Bahia, o Centro é único nesta prestação de serviços terapêuticos, prestando apoio às instituições que nos procuram e municípios circunvizinhos, firmando parcerias para orientar e propiciar formação continuada à todos.
A Campanha Nacional deflagrada com o título “Inclusão Escolar”, para nós, Família CAEEDE, já faz parte de nossa história, visto entendermos que nas diferenças é que crescemos, elevamos cognitivamente e espiritualmente.
Portanto, por sermos nós, incluídos no censo , fazermos parte dos 20.000 mil habitantes desta cidade com alguma deficiência, que exigimos: o nosso lugar também é nas escolas.