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Cristina Lacerda – Em tempos de desencantos e medos, o saudosismo refrigera a alma, adoça o peito.

Cristina Lacerda – Em tempos de desencantos e medos, o saudosismo refrigera a alma, adoça o peito.

Nada aqui precisava e precisa ser desconstruído. Eunápolis é regida pela sua ousadia e mesmo com suas perdas, insiste em suas tradições, mesmo que timidamente.
Eunápolis já foi carnalesca, também. Não apenas as festas juninas engrandecia a cidade, mas o Carnaval enfeitava suas ruas, com seus blocos, cordões e as tradicionais tardes infantis e noites no Clube Social…Os sons das marchinhas de Carnaval eram melodias para os nossos ouvidos…
Nossas crianças brincavam vestidos de índios, palhacinhos, coelhinhos e tudo que a nossa imaginação alcançasse… Nós, adultos, vestiamos com pijamas, toalhas enroladas ao corpo, sarongue, piratas, colombinas e as mortalhas…as tão tradicionais mortalhas!!!!
Vou tocar numa ferida de tão grande proporção que nunca cicatrizou e que deixou-me sem entender o porquê do fim do Carnaval de Eunápolis…
Quem teve essa infeliz ideia??? Quem????
É triste deixar uma cidade da alegria, arrastar-se durante quatro dias num marasmo, na solidão de suas ruas vazias… é muito triste…
Carnaval é Cultura. Carnaval é conhecimento e tradição. Carnaval é o momento de êxtase de um povo que passa pela vida com seus perrengues, suas tristezas…
Carnaval é o que você quer ser de uma forma divertida, descompromissada, onde esconder-se atrás de uma máscara é simplesmente uma brincadeira…
Neste momento saudosista, espero que não me levem a mal, mas hoje é Carnaval e sem querer guerra, mas paz e amor, uma bandeira branca levanto, pela saudade que me invade…
A índia que habita em mim quer simplesmente um apito, um colar , pois como filha da chiquita bacana sou família demais…
Hoje resumo meu espírito carnavalesco em frente a televisão…
O Carnaval em minha cidade acabou e criaram o micareta…Transferimos toda a nossa alegria, com o intuito de perpetuar a tradição carnavalesca para aquele momento, a criação daquele evento, mas também acabaram…
Bem, talvez por sentir o passar do tempo eu esteja acolhida de recordações e como toda velha chata, cobrando dos mais novos, que ressuscitem a alegria, ressuscitem o carnaval, chamem o povo pra rua, para brincar do que quiser, contanto que coloque o seu bloco na rua, porque quanto a mim, vai ver que esteja hoje querendo mesmo é uma casinha de sapê pra mim, pra mim e pra você que nem aqui está mais…
Mas, viva a alegria!!!!
E viva o Carnaval!
Se permita ser mais um na multidão… na multidão com os melhores, porque hoje é Carnaval.