Aperto de mão fraco é um “biomarcador do envelhecimento” e pode indicar maior risco para doenças
O estudo, publicado recentemente na revista científica Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle, descobriu que idosos com baixa força de preensão tinham um DNA biologicamente mais antigo e biomarcadores mais prejudiciais do que seus pares com apertos de mão mais fortes.
“Há um grande corpo de evidências ligando a fraqueza muscular, determinada pela baixa força de preensão, a uma série de resultados negativos de saúde relacionados ao envelhecimento”, escreveram os pesquisadores.
Evidências anteriores já haviam mostrado uma ligação entre o declínio da aderência no envelhecimento e a redução da expectativa de vida. Mas, até agora, não se sabia por que essas duas coisas estão conectadas. No novo estudo, os pesquisadores analisaram dados de 1.300 homens e mulheres com cerca de 70 anos, ao longo de dez anos.
Cada participante usou um dinamômetro de mola Smedley – uma ferramenta de preensão – para testar a força em suas mãos a cada dois anos. Eles agarravam o dispositivo e apertavam o mais forte que podiam duas vezes com cada mão, e o resultado mais alto registrado seria incluído no estudo. A equipe também coletou dados sobre os níveis de metilação do DNA em cada participante, por meio de amostras de sangue.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, dos Estados Unidos, a metilação do DNA é um processo de metil, um produto químico derivado do metano, sendo adicionado ao DNA. Isso pode afetar a forma como algumas moléculas agem no corpo. Por exemplo, a metilação da sequência de DNA de um gene pode desligar esse gene, para que ele não produza uma proteína.
Aumentos na metilação do DNA estão ligados a problemas como câncer, doenças cardíacas e no sistema nervoso.
No estudo, os pesquisadores encontraram uma forte correlação entre a força de preensão de uma pessoa e sua idade biológica. As pessoas cuja força de preensão diminuiu ao longo do tempo, também eram mais propensas a desenvolver uma condição crônica grave ou a morrer durante o período do estudo.
Os pesquisadores não sabem ao certo por que a metilação do DNA está ligada à mortalidade precoce, mas acreditam que a força muscular pode ajudar a protegê-la. Segundo eles, são necessárias mais pesquisas para entender até que ponto a idade da metilação do DNA medeia a associação entre força de preensão e doenças crônicas, incapacidade e mortalidade precoce.
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